Brasileiro 1971
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BRASILEIRO 1971

Relembre: ap�s quatro d�cadas, Oldair reivindica gol do t�tulo brasileiro do Atl�tico

Lateral e capit�o alvinegro marcou contra o S�o Paulo, no triangular final de 1971

postado em 01/11/2014 13:17 / atualizado em 16/12/2016 21:19

Em dezembro de 2011, Oldair foi personagem da se��o "Por Onde Anda?" do Superesportes. Relembre a entrevista do capit�o do Galo no t�tulo de 1971, que morreu neste fim de semana, v�tima de c�ncer.

EM/D.A Press

Humberto Ramos faz cruzamento certeiro da ponta esquerda, Dario sobe mais que os defensores e, de cabe�a, faz o gol da vit�ria do Atl�tico contra o Botafogo no �ltimo jogo do Campeonato Brasileiro de 1971. Este � o hist�rico lance que todo atleticano se recorda, ou conheceu, e gravou na mem�ria ao longo da vida.

A verdade, no entanto, � que o Galo se consagraria como o primeiro campe�o brasileiro mesmo se aquela partida terminasse empatada em 0 a 0. Ent�o, o gol do t�tulo alvinegro, eternizado para sempre, teria como dono o capit�o daquela equipe, o lateral-esquerdo Oldair.

A fase final do Brasileir�o de 71 foi disputada em um triangular entre Atl�tico, Botafogo e S�o Paulo – que �, inclusive, o vice-campe�o do campeonato. No primeiro jogo, a equipe alvinegra venceu os paulistas por 1 a 0. Oldair, aos 30 minutos do segundo tempo, garantiu os dois pontos que uma vit�ria valiam, na �poca, para o time de Tel� Santana.

Esta partida completou o seu anivers�rio de 40 anos nesta segunda-feira, dia 12 de dezembro de 2011. Oldair Barchi, atualmente com 72 anos, lembra da import�ncia do seu “gol do t�tulo”.

“Se voc� analisar direitinho, foi contra o S�o Paulo que houve o gol do t�tulo. Mas perante a torcida e a m�dia, � sempre o �ltimo gol do campeonato que vale, ou seja, o do Dario. Mas com 0 a 0 ante o Botafogo, ser�amos campe�es tamb�m. O 1 a 0 da primeira partida nos deu tranquilidade para atuar na partida final”, afirma ao Superesportes.

O fato de ser pouco lembrado, no entanto, n�o deixa o gol de Oldair menos importante ou ainda o seu protagonista chateado. “Para mim isso � algo natural. N�o fico chateado n�o. A pessoa com um pouco de inteligente vai saber da import�ncia que teve. Eu fico alegre mesmo � por ter ajudado o Galo a conquistar o t�tulo brasileiro”, garante.

O lance fundamental para o t�tulo do Atl�tico, protagonizado por Oldair, foi de bola parada. O lateral cobrou falta na entrada da �rea com viol�ncia no �ngulo esquerdo do gol s�o-paulino.

Tr�s dias depois, o S�o Paulo venceu o Botafogo por 4 a 1. Desta forma, ambos ficaram empatados com dois pontos, de acordo com as regras da �poca, na tabela do triangular. Como o Galo ainda enfrentaria o alvinegro carioca no Maracan�, bastava empatar para ficar com o t�tulo.

O gol de Dario serviu para coroar a brilhante campanha do time que tinha Renato, Humberto Monteiro, Grapete, Vantuir e Oldair; Vanderlei Paiva, Humberto Ramos, L�la e Ronaldo; Ti�o e Dario.

Oldair em campo: sin�nimo de ra�a e dedica��o


O autor do “gol do t�tulo” de 1971 defendeu o Atl�tico entre 1968 e 1973. Considerado um l�der do grupo, ele chegou a bater de frente com o pol�mico treinador Yustrich. Dentro de campo, duas caracter�sticas predominavam: a ra�a e a polival�ncia.

“Eu tenho a minha maneira de agir. Os caras me respeitavam muito, porque eu n�o gostava de brincadeira, de nada. Eu era profissional. Fora dali, pod�amos tomar uma cerveja, comer um churrasco, mas dentro de campo nos treinamentos e jogos, eu queria ver dedica��o de todo mundo”, recorda.

Al�m de atuar na lateral-esquerda, ele tamb�m jogava como volante, a sua posi��o de origem. Mas, em todo o campo, Oldair poderia ser �til tamb�m. “Eu tinha essa facilidade de adapta��o imediata. Acho que a pessoa que � volante, tem mais facilidade para jogar na frente ou na lateral. Sempre fui volante, mas acabei na lateral esquerda e me dei bem tamb�m, quando ganhamos o t�tulo de 71”.

Dono da bra�adeira de capit�o do Atl�tico durante anos, Oldair minimiza o simbolismo da fun��o e lembra que as atitudes s�o mais importantes. “Para mim, ser capit�o era tirar cara e coroa. N�o tinha diferen�a de voc� ser capit�o ou n�o dentro de campo. Talvez, pela lideran�a que eu tinha, eu era. Mas eu n�o ganhava dobrado, nada disso. Era s� tirar cara ou coroa...”, afirma.

Hoje, Oldair acompanha o Atl�tico pela televis�o. Ele garante que a sua maior preocupa��o � em passar o tempo com a fam�lia e cuidando dos neg�cios. Morador de Belo Horizonte, o antigo capit�o do Galo tem uma f�brica de confec��o de roupas.

Triunfo ante a Sele��o Brasileira

Dois anos antes de ser campe�o brasileiro, Oldair participou, pelo Atl�tico, de outra partida hist�rica. Ele foi titular, em 1969, da vit�ria ante a poderosa Sele��o Brasileira, por 2 a 1.

“Para o estado de Minas Gerais, sabemos que o cruzeirense n�o gostou e o americano tamb�m n�o. Foi como se o Atl�tico tivesse conquistado um campeonato mundial”, lembra.

Oldair se lembra com detalhes dos momentos mais importantes do jogo. “Teve expuls�o do Carlos Alberto, gol em impedimento do Pel�. No primeiro tempo, o Amauri teve a felicidade de acertar um belo chute e abrir o placar. Pel� fez o gol do Brasil”.

Duas curiosidades ficaram marcadas na partida. “A CBD, na �poca, n�o permitia que a Sele��o jogasse contra um clube. Tivemos que jogar com o uniforme da Federa��o Mineira. Queriam at� colocar a camisa do Atl�tico por baixo para tirar depois. Mas eu falei que n�o ia aceitar esse tipo de coisa”.

Outro detalhe interessante foi a conversa que Oldair teve com Pel� durante a partida. “Ele falou que a gente tinha que ganhar do Cruzeiro e n�o da Sele��o. Eu falei que n�o concordava com isso e estava ali correndo atr�s do bicho. Foi igual a uma final de campeonato”, disse.

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